morfina punk: a entrevista (ou também um post feito pra divulgar banda e ganhar ponto!)

 

(prof de redação, perdoa essa introdução aqui e não desiste de mim!!)

Faz um tempo desde que vi pessoas afirmando (como se tivessem certeza) que o rock morreu. O principal argumento era o fato de “não tocar mais rock nas rádios”, ou também, de acordo com essas pessoas, o princípio de que “a música atual brasileira não presta”... e agora, chegou minha vez de afirmar uma coisa: essas pessoas nunca estiveram tão erradas.

Ao conhecer o mundo das cenas independentes, descobri que haviam bandas de todas as vertentes: desde o psicodélico até o punk rock, com sua sonoridade agitada e seus ideais de liberdade e rebeldia.  Quando tive essa vontade de continuar ouvindo bandas que não dependem de grandes gravadoras para se manter,  conheci o que chamam de cena paraense. Algo que sinceramente não sei muito bem como explicar, me perdoa!

E nessa cena, muitos projetos chamaram a minha atenção... como, por exemplo, a banda Morfina Punk, que faz um punk rock alternativo, fortemente influenciado por bandas como a Cólera (SP) e, também, os conterrâneos da Baby Loyds desde 2005. É... 16 anos de carreira não é pouca coisa.


(ó eles aquii <3)

    Nasce uma estrela:  o surgimento de mais uma banda punk (e com futuro promissor) em Belém.

Em uma entrevista com o vocalista, Júlio Kamikaze, ouvi um pouco mais sobre como surgiu a Morfina. Ele conta que ter uma banda era o sonho dele, desde a adolescência. Se referindo ao projeto como “um desejo juvenil que se estende até os dias de hoje”, devido ao fato de ele sempre ter gostado de música.  

Segundo Júlio, a banda foi criada assim que ele completou seus 18 anos. Foi uma época consideravelmente caótica, onde ele tinha que lidar com conflitos internos, que acabavam prejudicando relações que ele mantinha. O nome “Morfina” veio quando ele percebeu que estar ali, produzindo música, era o que o deixava mais aliviado... e feliz também.

E é por essa e mais outras histórias que dizem que a arte salva.

 O cenário artístico paraense, na visão de uma pessoa que estava lá desde muito tempo.


Ao ser questionado sobre a “cena” e como era estar inserido nela, Júlio comentou que a vê como algo bem fragmentado, onde falta apoio. Tanto dos meios de comunicação, quanto das próprias bandas, que se unem nas chamadas “panelinhas”. Para complementar seu argumento, o vocalista abordou a experiência de ter lançado o disco “Porque o Tempo Requer”, em dezembro de 2020.

Ele revelou que o disco foi muito bem recebido em outros estados, chegando até mesmo a ser pauta de um trabalho da USP. Quando comparamos a experiência que a Morfina teve fora do estado e dentro dele, percebemos uma diferença gritante, inclusive na valorização do trabalho deles.

Produção em tempos de pandemia.

Antes de começar mais um tópico nesse post que mais parece um TCC, vale a pena ressaltar que eles só produziram o álbum em 2020 porque, antes, estavam em um hiato. Sabe o que isso significa, pessoinha do outro lado da tela? Isso mesmo, a banda deu um tempo nas atividades em 2012 e voltaram faz pouco tempo por pura indignação e revolta.

Sobre a produção do álbum, ele diz que a ideia original dele era gravar em todos os lugares que eles já tocaram. No entanto, como estávamos em período de Lockdown, essa ideia acabou tornando-se impraticável... o que os forçou a gravar em um estúdio, do jeito mais normalzinho possível.

(confesso que amei isso de gravar nos locais onde já teve show, não julgo e faria o mesmo!!)

O nome do álbum é como se fosse uma resposta aos que perguntaram sobre o retorno “repentino” da Morfina. “Queríamos dizer o que estávamos (e ainda estamos) sentindo diante do cenário político brasileiro de incertezas, polarizado e que nos remete mais perguntas do que respostas.”

 A arte como forma de expressão e resistência.


No fim da entrevista, perguntei a ele qual era sua favorita do disco. No início, ele explicou que era difícil responder a essa pergunta, visto que as músicas se comunicavam entre si (e que ele tem um carinho por todas). Porém, logo em seguida, ele sugeriu a faixa “Desobediência Civil”.

O nome da faixa faz referência ao livro escrito por Henry David Thoreau, um pesquisador e filósofo estadunidense. O livro foi escrito em 1849, após o autor ter sido preso por se recusar a financiar a guerra contra o México, que, naquele período, teve grande parte do território anexado pelos EUA.

Assim como o livro, as músicas da Morfina Punk tem um caráter anarquista, contra o sistema em que vivemos. A música “Impostos”, segunda faixa do disco, demonstra muito bem isso. Na letra, o autor mostra-se indignado com a injustiça que trabalhadores e minorias sofrem, visto que apenas os “mais poderosos e privilegiados” tem como se proteger.

E o que eu quis mostrar com esse post todo? Existem bandas boas, nacionais, com história... porém, que deviam ser mais reconhecidas. E, além disso, quis mostrar que a música pode ser uma forma de se expressar.

Enfim, fiz todo um artigo aqui... espero que o trabalho deles prospere (e que minha prof de redação goste desse post!)

Não sei quando volto, mas qualquer coisa aviso. Se cuidem! <3 


·  


·      

·         


 

·        


 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Bandas (nordestinas) que você deveria conhecer!

Qual a diferença entre "Mainstream" e "Underground"?